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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Querido "amigo"

Sinto-me pequena, inútil.
O mundo recai sobre mim
E seu peso a me sufocar.

Sinto o mundo
gigante, vazio
agir sobre mim.

Sinto cheiros, sabores e medos
desejos mal feitos.
Quando enfim terei um fim?

Sorrisos amarelos.
Frios abraços.
Olhares vazios.
Corações amargos.

Não adianta gente que não se importa,
cujo coração logo se desbota.
Para que tanta maestria
em coisas vãs, tuas quinquilharias?

A mesquinhez humana ainda não atingiu seu ápice?
Ora, some-te covarde!
Antes que tua áurea em putrefação
estrague de vez a minha arte.

Deixe-me sozinha,
bem longe do teu clamor.
Os poucos que levarei comigo,
ah, esses sim,
receberão tudo o que poderei dar.
Espero assim poder caminhar,
Longe de todo mal que fazes
à eles, à nós, à vós.

Não te cansas fazer-me pequena?
É a minha alma que envenenas.
Deixarei-te em teu mundo,
esse em que vivemos, assim, obscuro.

Encontrarei o refúgio que preciso
em um simples abraço amigo,
bem longe daquilo que me faz sofrer.


("Jéssica Stewart")

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