-Amanda?
-Sim, quem é?
-O Bruno - respirou fundo.
-O que tem ele? - A voz do outro lado da linha parecia impaciente.
-Ele está morto. - Houve um prolongado instante de silêncio de ambos lados da linha.
-Isso é um trote, certo? - Vanessa não sabia o que responder, olhando fixamente com os olhos arregalados ao primo. Pietro esticou a mão revirando os olhos de raiva e pegou o telefone.
-O quê?! - sua voz estava entalada - Pietro, é você?
-Sou eu, meu moranguinho... - Vanessa bufou, furiosa, olhando-o com reprovação - Acho inclusive que ele deixou uma última mensagem pra você.
-Você sabe muito bem que nós estávamos terminados por sua culpa - ouviu-se um choro baixo - e não ouse me chamar de moranguinho novamente - completou. Era possível sentir a repulsa através do tom de sua voz. - Não me ligue mais. - desligou.
- Garotinha arisca... - sorriu - do jeito que eu gosto. - virou-se, dando de cara com a garota que já estava vermelha de raiva - Vanessinha... tá aqui até agora? - fechou a cara.
-'Moranguinho?' - virou-se tão rapidamente que fez seu cabelo voar. Saiu marchando.
***
-Tem alguma coisa errada. - tirou as luvas.
-Como assim? - O médico legista abriu uma pasta bege cheia de fotos e anotações feitas por ele na mesa em que o detetive o aguardava. Após uma breve leitura conjunta, concluíram:
-Não foi suicídio.
***
-Bom dia, senhora Kylie - apertaram as mãos - sou o detetive Itan - mostrou o distintivo - posso entrar?
-Claro, por favor - abriu a porta por completo e liberou a passagem do homem mal-encarado. - Sente-se - apontou para o sofá - quer algo para beber?
-Não é necessário... Obrigado - sentou-se. - Serei breve. Quer chamar seu marido para participar da conversa?
-Um instante. - levantou-se dirigindo ao interior da casa. Em poucos instantes voltara ela e o marido. Sentaram-se de frente ao detetive.
-Bom, gostaria de fazer-lhes algumas perguntas sobre seu filho. Tudo bem?
-Bobagem! Vocês só querem nos fazer passar pela dor novamente - o homem levantou, exaltado - todo mundo já sabe que ele suicidou, ponto. Nem deixar enterrar o garoto vocês deixaram. - a mulher pôs-se a chorar - vá embora daqui!
-Senhor! - pegou-o firmemente pelos ombros - Acalme-se! há fortes indícios de que ele na verdade não se suicidou... - o silêncio tomou conta da sala. O homem pálido teve de sentar novamente para não cair - Eu preciso, realmente, lhes fazer algumas perguntas.
-Posso ajuda-lo mais que eles. - a garota surgiu no corredor, vindo em direção a eles - Luana - estendeu a mão - eu faço o que for preciso para ajudar.
-Irmã?
-Prima. Mas éramos como irmãos. Moro aqui com meus tios desde que perdi meus pais aos sete anos - olhou para o chão entristecida - mas esse não é o ponto. Vai querer minha ajuda?
-Certo. Mas eu preciso do sigilo absoluto dos três. - todos acenaram que sim com a cabeça.
CONTINUA...
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