Era uma vez uma pequena
criança, linda como a neve, de nome Eva. Era a garota caçula de três irmãos
e sempre se mostrou a mais corajosa de todas.
Certo dia, ao passear pela floresta que circundava sua
humilde casinha, deparou-se com enormes pegadas distribuídas como as de um humano,
porém do tamanho de um bisão. Resolveu investigá-las, e passando mais
algumas horas dentro da nevada floresta, acabou por encontrar uma enorme
abertura negra na montanha branca, coberta de neve. Apesar de esta aparentar ser
medonha, a garota prosseguiu seu caminho atrás das pegadas estranhas cravadas
na neve.
A caverna era um espaço vazio, oco, que não exibia um só
raio de luz. No início, suas paredes pareciam esculpidas à mão, mas conforme o
caminho foi escurecendo, Eva começava a tatear uma superfície inconstante, gélida
e áspera. Horas depois, não via sinal de um fim do minúsculo caminho,
e as voltas que ela achou ter percorrido. Aquele lugar parecia um labirinto sem
fim.
Finalmente, chegou a uma sala muito mal
iluminada, com luzes bruxuleantes vindas de velas macabras. Ao centro, uma mesa
comportava um par de chifres enormes e negros como a própria escuridão. Também
se podia ouvir uma respiração pesada e ofegante que parecia emanar calor para
todo o ambiente.
De repente,dois olhos cor de âmbar surgiram da escuridão
e uniram-se aos chifres,que avançaram para cima de Eva. Esperta, conseguiu se desviar do golpe, e o monstro flutuante ficou com os
chifres presos na rocha. Misteriosamente, surgiu ao lado da menina uma longa
espada, e Eva não hesitou em se defender: Com um golpe certeiro, acabou decepando
a cabeça do monstro, que rolou e se desfez em cinzas.
Assustada e atordoada, resolveu correr para
longe dali, mas ao virar-se, uma brasa acendeu-se no local onde ficaria a cabeça
do touro - que também ficou na posição de um cavalo e criou duas novas pernas e
patas. A garota soltou um grito de pavor e desabou em lágrimas.
Naquele momento, um raio de sol brilhou fortemente e
atingiu exatamente no centro do rosto de Eva. Dizem que a neve brilha com os
raios de sol, e Eva naquele momento começou a emitir uma luz intensa e
ofuscante. O novo monstro que se formara ficou amedrontado e parecia ferir-se
com a luz, por isso saiu galopando da sala.
Eva agora estava salva, e voltou cantarolando para sua
casa,pois agora possuía mais uma heroica história para contar.
("Walter Crick")
Nenhum comentário:
Postar um comentário