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domingo, 23 de novembro de 2014

Vozes perdidas na neve



Seus lábios secos, gelados de frio, racharam-se a pouco, deixando escorrer um sangue ralo por falta de sais minerais. 
A pele branca clamava por sol, mas as semanas escondido não lhe reservavam tempo para um passeio matinal ou para um piquenique ao ar livre. As lágrimas já cansadas de escorrer pelo rosto torturado escondiam-se no fundo de sua alma, com pavor do que poderia acontecer em seguida.

sábado, 1 de novembro de 2014

O assassino da catedral - Parte FINAL





Abraham Markus, o curioso frade franciscano e que entrara na paróquia a cerca de cinco anos, mantinha sempre uma expressão misteriosa no rosto. Era um paradoxo: Adorava despir-se das batinas e usar roupas comuns, principalmente seus alegres tênis de corrida com um shorts de caminhada à altura do joelho. Enquanto isso mantinha uma vida sombria e aparentemente em total imersão na religião. Sendo assim, fizera poucas amizades na cidade, e aproveitava seu passeio matinal para saudá-los e tomar o café com eles.
Ligou para Hanz, que provavelmente o aguardava ainda para o desjejum matinal, e desculpou-se pelo atraso que cometia naquele dia.
-Não, padre, não demorarei. – A impressão era de que todos da paróquia se autoproclamavam padres. Apesar de alguns deles serem superiores dos outros.
-Certifique-se de que estará aqui às onze da manhã para começarmos os preparativos para a missa dominical. – Cônego Blaun parecia conversar com alguém do outro lado da linha. Abraham aportou em frente a uma porta singela e velha, parou, e prestou atenção à conversa.
Apesar disso, não pode ouvir muito do que se dizia, apenas reconhecer uma segunda voz masculina. Seria mais um dos padres?