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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CONTO - Atrás, na névoa

-1-
BREVE HISTÓRIA

O jovem entrou no consultório do hipnólogo na intenção de curar-se de feridas do passado. Cicatrizes imensas na alma e na pele, que roubaram seu sossego e suas memórias, como se uma borracha tivesse sido passada nas linhas de sua vida, tênues como uma névoa nas montanhas pela manhã. Às vezes, essa névoa o atrapalhava muito. Não aquela fumaça holística que pairava nas manhãs de inverno pelas montanhas da serra mineira, mas uma espessa e abundante névoa que ocultava suas memórias do passado. A intenção da consulta com o graduado hipnotista era jogar tudo no ventilador, soprar para bem longe a fumaça e ver o que foi guardado debaixo do pano da memória por anos de esquecimento.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Resenha - PRESSÁGIO, O assassinato da freira nua (Leonardo Barros)

Se você está em busca de um romance policial ágil, esperto, envolvedor e ainda por cima com uma pitadinha de erotismo, certamente está no lugar certo. Com vocês, “Presságio - O assassinato da freira nua”!
Sem querer puxar saco do autor, (mas já o fazendo) tenho que admitir que fiquei vidrado nesta belíssima obra de Leonardo Barros. Sua impecável descrição dos fatos, aliada à linguagem fácil e ao mesmo tempo riquíssima, além de personagens bem construídos e de um roteiro sensacional deixam o livro com ar de obra-prima; certamente uma.
Alice é a protagonista do livro. Uma garota normal, com um corpo bonito, uma mente confusa e rodeada de amigos. Até aí, tudo bem, mas ela possui uma característica um pouco — digamos — excêntrica, e que a difere das outras jovens de sua idade. Carrega consigo um longo histórico de visitas psiquiátricas, certa de que é clarividente. Assim, ela é obrigada a conviver com maluquices de sua mente, verdadeiros agouros de morte, que a acometem como uma praga. Neste ponto, as visões deixaram meus cabelos em pé, ansiosíssimo por saber qual final Alice arranjaria para sua vida.
Em contrapartida com essa divagação esquizofrênica da jovem, um serial killer está a solta, em busca de freiras. A primeira vítima é uma professorinha da escola da cidade, a senhorita Irmã Bianca, que, (coitada) foi abusada violentamente e posteriormente estrangulada, ali mesmo em seu local de trabalho.
Agora, todos estão imersos na investigação do assassinato da freira nua. O delegado Matias e seu ajudante Felipe, além da própria Alice, que começa a desconfiar da realidade apresentada, “se via flutuando sobre nuvens de algodão. Ela poderia jurar que enxergou o momento exato em que as notas musicais dilaceraram as nuvens imaginárias para que(...) caísse delas. E, a cada batida da percurssão, ela percebia as paredes mudando de cor.”
“O clarão. Um corredor iluminado.
O número sessenta e nove estampado numa porta branca que se abriu para que ela visse a repetição de tudo o que acabara de vivenciar.(...)Só que desta vez, Alice não se via mais sobre a pele de Vívian — uma amiga. Apenas observava tudo como uma espectadora invisível. Agora, Alice ouvia o mórbido estridor de resquícios de ar trespassando a glote de Vívian. Os olhos saltados em surpresa. Os músculos relaxando...”




Desta forma, Leonardo nos conduz rapidamente, em um thriller policial de deixar-nos de queixo caído. Confesso que me encontrei na literatura ágil e eficaz de Barros, de forma que a leitura fluiu como nunca antes. Devorei o livro em poucas horas. Senti que a todo momento era bombardeado com novas surpresas e fofocas dentro da trama; quando fui perceber, já estava sofrendo junto com Alice. Por que não me ouvem? Não sou louca!        Ah, e que final maravilhoso! Do jeito que eu queria, mas não do que eu esperava. O autor soube manter o suspense bem guardado, e revela-lo apenas nas últimas páginas. Aliás, há uma “bomba” nos esperando no último capítulo, e vejo que algo mais está por vir....Decerto que é uma excelente leitura para todos os públicos. Principalmente os amantes da literatura policial. Recomendadíssimo! 
“Ouviu a voz baixinha que dizia:-Está morta! A Freira Nua está morta!”


                      Corre lá e comece a lê-lo agora mesmo!


Desde já, quero agradecer ao autor Leonardo Barros pela oportunidade brilhante que ele me proporcionou ao ler seu emocionante trabalho. Obrigado, e que venham muitas outras parcerias!



André Luiz

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Resenha - Horizonte Perdido (James Hilton)

Abri as páginas empoeiradas do livro de 1970 com cuidado, esperando por uma literatura ultrapassada e extraordinariamente entediante. Surpreendi-me com a destreza de James Hilton.
Conway, Mallisson, Barnard e Ms. Brinklow viajam de avião em meio a uma guerra famosa do século XX. O que não esperavam era que sua viajem já começara predestinada a se extinguir antes que pudessem admirar a linha do horizonte se perdendo sobre as montanhas tibetanas em Karakal. O por do sol revela aos viajantes uma paisagem estonteante, e o mar sem ondas paralisa-os perante tamanha beleza.
É neste momento que o avião em que estão começa a perder altitude, em virtude das ações libertinas do capitão, e os cinco caem nos entremeios dos vales da montanha. O tibetano morre com a queda e deixa os estrangeiros ilhados no meio de muita neve e de desfiladeiros traiçoeiros.
Até aí, uma história qualquer, porém ao chegar do lama Tchang, a história dá reviravoltas como em um redemoinho agitado. Perambulam, perdidos, até que uma construção imponente desponta por entre as montanhas, revelando que poderiam esperar por hora. O que não sabiam os quatro viajantes é que sua viajem estava longe de terminar.
O mosteiro de Shangri-lá era uma dádiva no meio daquele furdúncio, certamente uma ilha de mistérios dentro do Vale da Lua, assim como lhes fora falado. Curiosamente, nenhum lama exceto o próprio Tchang aparecera, mesmo após três dias hospedados com toda a comodidade do lugar.
E já se cogitava estender a estadia dos visitantes.
Repleta de aventuras e segredos escondidos, a história cativou-me de tal forma que viajei junto a Conway para encontrar o lama superior, aventurei-me junto à Ms. Brinklow na biblioteca do mosteiro, e vivi as aflições de Barnard e Harrisson junto ao afastamento total da sociedade. Pude contemplar a vida pós-morte e o Nirvana de forma tão intensa que praticamente me senti um dos lamas daquele incrível lugar.
Principalmente com a previsão assustada e certeira do lama superior, que me deixou boquiaberto. Transcrevo aqui um trecho desta comovente passagem:
“Ser brando e paciente, velar pelos tesouros do espírito, presidir com sabedoria e sigilo enquanto a tempestade ruge lá fora. [...] Será uma tormenta, meu filho, como jamais o mundo viu outra igual. Não haverá segurança pelas armas, nem auxílio dos poderosos, nem resposta da ciência. Rugirá até que todas as flores da cultura tenham sido empezinhadas e todas as coisas humanas se nivelem num vasto caos. Tal foi a minha visão quando Napoleão era ainda um nome desconhecido. E continuo a vê-la, mais clara a cada hora que passa. Pode dizer que me engano?”

Somente Shangri-lá poderá responder esta pergunta, e quem sabe desenterrar o tesouro do meio do Karakal, escondido na neve.


Dados da obra


Nome : Horizonte Perdido 


Autor:James Hilton
ISBN: 8588386062
Ano: 2002 / Páginas: 207
Idioma: português
Editora: Claridade


Nota: 4,5/5







O autor, James Hilton



resenha por André Luiz

Presságio

Bom dia, caros leitores!!!

Como já anunciado antes, o blog Minúsculas Manivelas firmou uma parceria com o autor Leonardo Barros e, depois de um release com os dados do autor, em preparação para a resenha da obra, temos uma breve sinopse de PRESSÁGIO - O ASSASSINATO DA FREIRA NUA.

Alice tem vinte e seis anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Beato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece em nada com o homem que ela viu em sua premonição.
Agora Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima.Suspense, misticismo e sensualidade se misturam neste fantástico thriller policial que parece ter a capacidade sobrenatural de manter seus leitores alucinados, da primeira à última página!

Então que venha a resenha! 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Resenha - Carrie, a estranha (Stephen King)

Ela é esquisita, controversa, religiosa e estranha. Ela é Carrie White.
O conto que foi dado como “descartado” por Stephen King e quase sumiu do mapa quando o escritor jogou os manuscritos originais da história no lixo tronou-se um aclamado livro pela crítica internacional. Sim! King praticamente apagaria da literatura a terrível história da adolescente perturbada que, ao mesmo tempo, tem de conviver com a mania religiosa da mãe e com todas as dificuldades da vida na Ewen High School.
Assim, o terror psicológico é formado quando King desenrola a história da garota e faz com que o leitor fique aturdido ao saber do perigo iminente que assola a cidade e todos ao redor de Carrie. Primeiramente, vem o fenômeno da telecinesia, ainda pouco estudado pela medicina, mas comprovadamente real pelos documentos que o autor usa para corroborar a história toda. Depois, temos a pressão da Mamãe para Carrie ser uma garota civilizada e religiosamente comedida, fazendo realmente de tudo para isso se concretizar; como um quartinho do castigo, com espelhos — muitos espelhos — e uma tortura com cenas bíblicas conflitantes. Tudo isso junto à fome, frio e sujeira, fazendo com que Carrieta comece a acumular sentimentos ruins acerca da mãe.
Na escola, a vida dela não é diferente, ainda mais sofrida. As transformações da puberdade chegam e ela não consegue lidar com tudo aquilo. Seus travesseirosimundos crescem e é algo que não dá para esconder, não dá para conter. Mamãe, é claro, esconde tudo da menina, que acaba ridicularizada pelas amigas de escola. Todavia, ainda há uma alma boa para ajudar a perturbada alma de Carrie, a jovem professora da escola que faz de tudo para inseri-la no mundo jovem.
Como já era de se prever, tudo desanda a partir daí e culmina em um final não muito agradável para a cidade. É uma tragédia a vida de Carrie.
Com relação às emoções e sensações apresentadas ao ler o livro, posso dizer que são as melhores. Já imaginava uma obra grandiosa de Stephen King, mas ele narra de tal forma que nos sentimos dentro da personagem, sofremos junto com Carrie, angariamos ódio da religião forçada, dos amigos malvados e da zombaria. Recluímo-nos junto a ela e nos isolamos em sua desgraça.
Carrie é mais uma vítima, e não somente uma autora: Tudo depende do ponto de vista.
A primeira obra (prima) de King deve realmente ser vangloriada pela genialidade e completude do texto e da narrativa, porém há muita expectativa em virtude dos três filmes já lançados e o livro acaba sendo menos do que o esperado. Todavia, continua sendo uma belíssima produção e que merece ser lida pelos amantes do mestre do terror.


Dados da obra

Nome:
Carrie, a estranha
Autor: Stephen King
ISBN: 9788573028249
Ano: 2001 / Páginas: 164
Idioma: português
Editora: Objetiva/Suma de Letras



NOTA : 4/5








O autor, Stephen King

resenha por André Luiz

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Parceria - Autor Leonardo Barros

Olá, pessoal! 

O blog Minúsculas Manivelas alcança mais uma vez projeção! Desta vez, estamos entrando fundo em uma parceria com o aclamado autor Leonardo Barros, e novas coisas virão para nós com a leitura e RESENHA do livro Presságio - O assassinato da freira nua, mais uma obra esplendorosa da literatura nacional. Por enquanto, ficamos apenas na expectativa, mas em breve teremos um post com mais suspense em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre o autor:

Leonardo Barros é médico e romancista. Autor de cinco romances, trabalhou com os gêneros comédia e erotismo, mas fez sucesso com o gênero suspense, ao lançar o thriller policial O Maníaco do Circo ( http://zip.net/bfqJyM ), um dos e-books mais vendidos do gênero no site Amazon.com.br, por mais de dois anos consecutivos. Sua versão impressa foi lançada pela All Print editora e está temporariamente esgotada.
            Presságio – O assassinato da Freira Nua (http://zip.net/bqqKzv ) é seu segundo suspense policial e foi lançado pela Novo Século Editora (Selo Novos Talentos). Devido ao grande sucesso da obra, junto aos leitores e à crítica, o autor assinou, recentemente, um contrato com a editora e lançará, em breve, um suspense fantástico pelo selo principal da mesma editora. O título da nova obra ainda é um segredo.
            Presságio conta a história de Alice, uma garota que tem visões, mas rejeita seu poder, até perceber que seus presságios podem ajudá-la a solucionar um crime e a reverter uma injustiça. São características da obra do autor uma tônica sensual e violenta, além da narrativa tipo thriller, que instiga o leitor a descobrir o que está por vir.
            O autor mantém contato permanente com seus leitores por meio do Facebook ( http://zip.net/bhnb9p ), Twitter (http://zip.net/bsqJ3W ) e pelo e-mail leobarrosescritor@gmail.com

            Leonardo Também publica vídeos no Sente e Escreva, seu canal do YouTube ( http://zip.net/bbmN15 ). Lá você pode encontrar uma série de tutoriais com dicas para novos escritores (http://zip.net/bnm5BV ), episódios do Fantasticrítica ( http://zip.net/bnqyCQ ), uma série de resenhas gravadas em videoconferência, em que autores de literatura fantástica comentam suas leituras do gênero. O autor também publicou o Papo de Escritor ( http://zip.net/bmm5D1 ), uma série de debates gravada por meio de videoconferência com autores e profissionais do livro.